quarta-feira, 24 de abril de 2013

Assessor de Imprensa? E agora?


Sou um Assessor de Imprensa, e agora? Há passos para eu ser um bom Assessor?

Há sim. Em diversos casos, principalmente em empresas de gestão familiar, tal cargo, não é comprometido a um profissional ligado a área de comunicação social, mas sim, a um membro de confiança da família que possui uma boa redação ou está cursando algum bacharel qualquer. O pensamento ou compreensão de qualificação é de origem suspeita, principalmente nestes setores administrativos, por medo, anseio ou até mesmo por fatores econômicos. Então como ser um bom Assessor de Imprensa em um ambiente hostil?

Em uma graduação voltada à área da comunicação social, o acadêmico é instruído a ter uma política de boa vizinhança com as concorrentes, ou empresas de mesmo setor, além, é claro de possuir uma qualificação científica sobre o assunto, recebendo instruções de como redigir um texto jornalístico mais apropriado para retratar uma matéria ou uma possível matéria.

Mas então quais são estes passos? Sou um profissional de cargo administrativo e estou na ocupação de Assessor, como devo proceder?

Googlando sobre o assunto encontrar-se-á diversos textos que auxiliam na execução desta atividade, porém, com foco no profissionalismo pode-se dize que há alguns passos a serem seguidos.


Primeiramente, você será um Assessor de Imprensa ou um Relações Públicas? A distinção destes dois profissionais deve-se estar distinto e claro para a atuação em ambas as áreas. O profissional de RP (Relações Públicas) é aquele sujeito que irá realizar contatos diretos com departamentos comerciais de veículos de comunicação, onde o foco principal é de levar ao conhecimento da sociedade a entidade como membro da economia local, pode-se dizer também que é este que assegurará o contato polido com consumidores externos à mesma e manterá ativa a política da boa vizinhança, porém, o Assessor de Imprensa, terá em caráter técnico o dever de comunicar à sociedade as atividades políticas de caráter interno, sendo ele uma notícia positiva ou negativa ao universo. Define-se crise àqueles momentos cruciais em que a empresa está vivenciando em sua vida econômica ofuscando ou minimizando as falácias negativas frente à corporação ou mantenedora.

Esta comunicação direta com os veículos de comunicação não pode ser efetuada com base na “dedução” de forma empírica, mas sim, focada em um propósito e ser desenvolvida com base no planejamento e avaliação de ideias e informações a serem vinculadas determinando prazos para a execução das ações. Com base neste planejamento fica fácil recorrer às ações específicas do trabalho.

E quais são os passos ou ações condizentes ao cargo de Assessor de Imprensa?

Pode-se pré estabelecer uma ordem de trabalho onde o princípio de tudo esta em redigir e encaminhar o Press Release aos veículos utilizados ou com vínculo corporativo ao segmento atendido. A elaboração e execução desta ação possui como foco principal a transformação de uma informação com potencial a ser tornada em uma notícial, para tanto, esta, deve ser redigida com precisão nos dados e riqueza de detalhes nas informações, pois é com base neste que o jornalista irá decidir se a ideia servirá como matéria ou não. Lembre-se sempre que o foco principal da Assessoria de Imprensa é ressaltar os interesses da empresa, porém sem foco promocional (com intuito de vender a imagem), mas sim na transparência noticiada.

Outro aspecto importante interligado diretamente à questão do Press Release é a atualização do Mailing List que servirá como base e suporte para a manipulação e articulação do mesmo frente aos meios de comunicação. É importante ressaltar que se trata e define-se Mailling List como uma lista de contatos com dados básicos ligados diretamente ao campo jornalístico, nele estará contido dados básicos para articulação de mensagem, como nome do responsável do veículo, telefones de contato, formas de pagamento da vinculação (se matéria paga ou patrocinada), bem como todas as informações cabíveis ao Departamento de Assessoria de Imprensa.

Fatores de aspecto administrativo também são de responsabilidade do Assessor de Imprensa, como a formação de Clipping. Um bom Clipping deverá ser formado por toda e qualquer vinculação da imagem corporativa frente às mídias sociais, contendo recortes de jornais, revistas, sites, rádios, televisão, enfim, todos os canais midiáticos que a Assessoria venha a utilizar. A função principal deste canal ou ação é de cunho estratégico, ou seja, é este veículo que irá demonstrar aos gestores ou articuladores gerenciais a imagem passada à sociedade, bem como a imagem demonstrada à sociedade podendo assim traçar de forma gerencial caminhos ou metas frente à comunicação social.

A articulação ou encaminhamento de possíveis matérias jornalísticas ao repórter requer devidos cuidados, principalmente no que diz respeito à visualização e compreensão do mesmo frente a informação repassada. Para tanto, quanto mais dados, artigos, números e outros subsídios que auxiliem, não apenas na visualização, mas também na compreensão do contexto, deverão ser anexados no Press Kits e encaminhados ao jornalista responsável pela matéria, pois é com base nestas informações que ele conseguirá aproximar o leitor do contexto transmitido.

Após estes processos frente à elaboração textual e envio das informações ao jornalista é hora de realizar um contato gerencial das informações transmitidas, não com foco nas persuasão ou pressão para vinculação do artigo, mas sim como foco na confirmação do recebimento de material. Outra função primordial do Follow Up é o contato real com jornalistas, repórteres e outros profissionais midiáticos quanto à confirmação de presença em eventos coletivos e outros que venham a ser diretamente ligados à estes.

As entrevistas coletivas ou individuais podem ser realizadas com o intuito de potencializar o efeito das divulgações. Como assim? Partindo do pressuposto da entidade (independente do segmento inserido) venha vincular uma matéria jornalística com foco no lançamento de um produto, esta entrevista (seja ela individual ou de forma coletiva), vem a servir como complemento à matéria já publicada, ressaltando assim a importância deste frente ao mercado, juntamente com seus impactos de consumo e melhorias, (aqui como base no produto que foi o exemplo dado acima). Desta forma, conclui-se que as entrevistas auxiliam na compreensão do contexto de uma determinada ação isolada (tendo como base de compreensão que cada ação tem um início, desenvolvimento e encerramento de processo, tornando assim em cada ação em uma ação isolada dentro do composto de comunicação).
Texto & Contexto

E quando a empresa estiver passando por uma Crise, como executar a ação frente à sociedade? A princípio deve-se estar claro que no contexto, compreende-se por crise, qualquer ação que venha a ganhar proporções fora do controle organizacional, seja ela financeiramente positiva ou negativa aos cofres institucionais. Sendo assim a Assessoria deverá estar ciente e bem instruída quanto aos processos atingidos pela empresa, pois somente assim terá subsídios para elaborar textos defensivos ou até mesmo textos jornalísticos que venham justificar,  defender ou refinar a imagem ofuscada pela mesma frente à sociedade ou universo atingido. Este processo de gerenciamento de crise é um dos tópicos ou ações que mais devem ser absorvidas pelo profissional responsável pelo gerenciamento informativo da organização, pois somente através desta compreensão global de crises poder-se-á gerir de forma ampla e precisa qualquer ação sofrida pela corporação.

Este processo comunicacional perde por completo seu foco se a Assessoria não mantiver ou focar seus esforços frente ao bom relacionamento com a mídia, (entende-se como mídia, todo e qualquer veículo de comunicação que possua foco (de ordem interna) transmitir a informação ao receptor final). Sendo assim, partindo do pressuposto que o subsídio principal para um desenvolver de imprensa é as mídias, nada mais compensador que ter um elo comunicacional positivo frente a estas; e essa sinergia acarretará em uma visualização diferenciada e uma aceitação favorável frente aos Releases repassados, todavia, ressaltando-se assim o profissional interno bem como a imagem da empresa frente ao mercado consumidor.

Ok! O papel do Assessor está esclarecido. Agora, basta lançar informações por todas as partes?

Não. A informação oriunda de um processo interno deve possuir uma padronização comportamental e até mesmo contextual. Ao se tratar de uma organização com diferentes profissionais (marketing, financeiro, gestão de recursos), ter-se um processo informativo contextualizado e comportamental é o diferencial frente à concorrência. Como? 

O papel de articulador da informação, quanto direcionado ao Assessor de Imprensa, é também o de fornecer subsídios ao clientes departamentais, oferecendo treinamentos e cursos específicos (mesmo que de forma informal) para que o agente portador da informação a ser transmitida possua o mínimo de clareza e comportamento frente às mídias, ou coletas midiáticas (entrevistas, coletivas, seminários e outras formas de discursos públicos ou de cunho publicável). Tais treinamentos além de polirem o comportamento executivo maximizando as oportunidades de sucesso empresarial do coletivo agem de forma específica no campo midiático fazendo com que todos interajam da forma mais padronizada possível.

Com base nestes itens descritos, nesta espécie de “receita comunicacional”, pode-se desenvolver um trabalho coeso, priorizando sempre a informação limpa e cristalina frente ao público receptor, não somente da matéria finalizada (lançada nos veículos de comunicação e ambientes virtuais), mas também em uma formação de imagem empresarial responsável e ciente de seu papel responsável frente ao universo inserido.



Texto apresentado como forma avaliativa na disciplina de Assessoria de Imprensa da Faculdade de Pato Branco - FADEP - sobre a coordenação da Professora Edinéia Rauta. Acadêmico responsável: Marcio Antonio Machado.


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