E você sabe o que é Branding?
Branding ou Brand management (do inglês, em português também
Gestão de Marcas). 'BRAND' é uma coleção de imagens e idéias que representam um
produtor econômico; para ser mais específico, refere aos atributos descritivos verbais e símbolos concretos, como o nome, logo, slogan e identidade visual que
representam a essência de uma empresa, produto ou serviço. Branding pode ser
definido como o ato de administrar a imagem/marca (BRAND) de uma empresa.
Ele também pode ser considerado como o trabalho de construção
e gerenciamento de uma marca junto ao mercado. A construção de uma marca forte
para um produto, uma linha de produtos ou serviços é consequência de um
relacionamento satisfatório com o mercado-alvo. Quando esta identificação
positiva se torna forte o bastante, a marca passa a valer mais do que o próprio
produto oferecido. Branding é como é chamado o conjunto de práticas e técnicas
que visam a construção e o fortalecimento de uma marca.
Sua execução não é tomada apenas por ações de marketing que
posicionam a marca e divulgam a marca no mercado, mas também por ações internas
na empresa, transmitindo, para todos os interessados, a imagem pretendida.
MODELOS DE BRANDING
Tenho visto pouca gente avaliando criticamente a aplicação
dos vários modelos de branding nas mídias sociais. Um bom ponto de partida para
tal mapeamento é o trabalho de Douglas B. Holt. Preocupado em situar a sua teoria de branding
cultural em relação às demais abordagens, o autor de Como as Marcas se Tornam
Ícones identifica quatro grandes abordagens para a construção de marcas.
Branding de mentalidade participativa (ou modelo cognitivo
de branding), cujo argumento básico foi popularizado pelo livro Posicionamento:
A Batalha pela Sua Mente: para se sobressair num ambiente poluído por tanta
informação, “uma marca deve ocupar uma posição simples e destacada na mente do
comprador potencial, realçando geralmente um benefício associado à categoria do
produto”. A abordagem é plenamente desenvolvida no “modelo ‘cebola’ de
branding”, que associa, ao núcleo estável da oferta, diversas associações de
marca.
O Branding emocional é, na verdade, uma extensão do modelo
anterior. Nele, as associações de marca são comunicadas por meio de apelos
emocionais, destinados a enfatizar a personalidade da marca e “forjar uma conexão
íntima com os consumidores”.
“O Branding viral presume que os consumidores, e não as
firmas, é que exercem maior influência [no estabelecimento dos significados da
marca]”. A abordagem está na moda por causa do avanço da internet em geral e
das mídias sociais em particular.
O Branding Cultural, modelo defendido por Holt, se aplica
especialmente às marcas de identidade - mas não apenas a elas. A abordagem
sugere que as marcas tornam-se ícones culturais e constroem valor semiótico ao
contar histórias que geram mitos de identidade capazes de responder a
contradições agudas da sociedade, aliviando desejos e ansiedades dos
consumidores. Holt conclama os gestores de marcas a passarem “da persuasão à
construção de mitos, de associações abstratas a expressões culturais”, “da
consistência à adequação histórica”.
A principio, vejo o branding cultural especificando melhor o
que de fato deve ser feito para implementar uma estratégia de marca no contexto
da sociedade do consumo e das mídias sociais.
O modelo de mentalidade participativa sugere a importância
das associações simbólicas, mas não oferece orientações práticas sobre como
transformar o posicionamento da marca em conteúdo publicitário - este é um elo
perdido nas abordagens de branding tradicionais.
Já o modelo emocional peca por não reconhecer o que de fato
produz a tal conexão íntima com o consumidor: os fãs apegam-se mais àquelas
marcas que lhes propõem projetos de identidade capazes de aliviar as tensões
existenciais produzidas pelo confronto entre a subjetividade deles e as demandas
sociais às quais estão sujeitos em determinado momento histórico - e não por
causa de uma estética emocional ou uma comunicação mais pessoal apenas.
Além disso, a onda do marketing nas mídias sociais tem
levado muitos a esquecer que está surgindo uma nova comunicação de massa.
Celebra-se frequentemente a publicidade produzida pelos usuários e o poder dos
consumidores sem que, no entanto, se discuta o caráter dialético da semiose da
marca - as pessoas esperam das marcas propostas originais, surpreendentes,
ideologicamente desafiadoras, e não meras reproduções "criativas" do
que já estão cansadas de conversar entre amigos.
A marca que pretende se tornar um ícone precisa conquistar
grande autoridade cultural e política, precisa ter voz própria. Em resumo,
precisa liderar a rede social da marca.
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